Habitualmente, o conceito de “manutenção” é associado a “reparação”. De facto, em sentido restrito, a manutenção diz respeito à reparação ou substituição de componentes danificados, com o objetivo de prolongar a vida útil das máquinas.
Em concreto, existem diferentes tipos de manutenção:
- corretiva;
- preventiva;
- preditiva.
Tipos de manutenção: corretiva, preventiva, preditiva
Nas empresas de produção, a manutenção é uma área que, desde há algum tempo, tem vindo a ganhar uma importância decisiva.
Manutenção Corretiva
Até há alguns anos, uma vez que os rendimentos provinham da venda dos produtos, a empresa concentrava os seus esforços e recursos na melhoria da produção – e, consequentemente, não tanto na manutenção.
Além do mais, a manutenção era considerada um custo adicional decorrente da produção contínua. Pelo que, era encarada com um mal necessário, uma função subordinada à produção cujo objetivo seria reparar as avarias, de forma rápida e barata.
Este tipo de ação é designado como “manutenção corretiva” – e, historicamente, é o primeiro tipo de manutenção e o único que existiu até à I Guerra Mundial, dada a simplicidade das máquinas da época. Assim sendo, este tipo de manutenção é aplicada após a ocorrência da avaria e oferece uma vantagem importante: o custo do investimento inicial é praticamente nulo.
No entanto, a manutenção corretiva apresenta igualmente diversas desvantagens relevantes:
- as falhas ou avarias implicam a paragem das máquinas e habitualmente ocorrem quando a produção deveria estar no seu ponto mais elevado – ou seja, no pior momento;
- os custos de reparação são geralmente muito elevados;
- tendencialmente, diz respeito a um elevado nível de stock de peças sobressalentes ou de substituição face à incerteza;
- os riscos de acidente aumentam;
- as falhas crónicas passam a ser encaradas como habituais sem que procure descobrir a origem do problema – por exemplo: se um rolamento se deteriora muito mais cedo do que o previsível e é substituído como rotina, possivelmente não se estará a detetar problema de desalinhamento ou desequilíbrio, que pode ser a causa da deterioração prematura deste componente.
Após a I Guerra Mundial, considerou-se que a manutenção deveria não só resolver as avarias, como também de as antecipar – garantindo o correto funcionamento das máquinas, evitando atrasos e suas consequências.
De igual forma, a manutenção deixou de ser considerada como um custo e passou a ser considerada como um investimento – uma vez que, permitiria melhorias na produção, redução das avarias, diminuição de custos em reparações, aumento da vida útil das máquinas, entre muitas outros benefícios. Assim sendo, surge a Manutenção Preventiva.
Manutenção preventiva
A manutenção preventiva baseia-se na substituição de componentes quando se supõe que a sua vida útil se esgotou.
O estudo teórico da sua vida útil é fornecido geralmente pelo fabricante do equipamento – que, habitualmente, inclui um conjunto de tarefas de manutenção preventiva, com indicações de substituição de componentes e mudanças de lubrificação. Geralmente, estas tarefas incluem ações como: verificação do mecanismo, limpeza e até a substituição de peças desgastadas para prevenir avarias.
De facto, representa um avanço face à manutenção corretiva, dado que evita avarias e assegura um período de utilização fiável.
Não obstante, a manutenção preventiva também apresenta desvantagens significativas, nomeadamente:
- o elevado custo das inspeções – em alguns casos, o tempo de paragem da máquina pode significar grandes perdas e a desmontagem e inspeção de equipamento em bom estado de funcionamento pode ser desnecessária;
- intervenções desnecessárias – neste âmbito, uma máquina é sujeita a uma intervenção unicamente porque assim está previsto; na realidade, as máquinas adquirem um equilíbrio de funcionamento difícil de restabelecer quando são efetuadas intervenções – e, com estas ações preventivas, acontece que se está constantemente a modificar esse equilíbrio de funcionamento;
- quando se efetua uma intervenção sobre uma máquina, são substituídos componentes geralmente em bom estado – e, na realidade, apenas é conhecido ao seu estado real de funcionamento depois de ser desmontado;
- muitas vezes, acontece que são substituídos componentes que esgotaram a sua vida teórica e não são detetados outros componentes que estão em mau estado – ou seja, não existe controlo sobre os danos ocultos.
Manutenção preditiva
Como consequência das incertezas apresentadas pela manutenção preventiva e com o apoio do desenvolvimento tecnológico, foi desenvolvido um novo conceito de manutenção baseado na condição ou no estado da máquina.
Este tipo de intervenção é denominada como manutenção preditiva – e representou uma revolução, uma vez que tenta antecipar a avaria através do conhecimento do comportamento da máquina e da forma como esta se deve comportar. Desta forma, será possível saber antecipadamente o elemento suscetível de falhar e quando.
As ações referentes à manutenção preditiva têm a desvantagem inicial de comportar elevados custos de investimento em tecnologia e formação. No entanto, as vantagens são múltiplas:
- é possível conhecer o estado da máquina em qualquer momento;
- são eliminadas praticamente todas as avarias;
- as paragens ou intervenções nas máquinas acontecem apenas quando são realmente necessárias;
- os danos nos componentes são conhecidos antecipadamente – o que permite programar a sua substituição no momento mais conveniente;
- a intervenção na máquina permite conhecer o problema, reduzindo o tempo de reparação;
- é possível identificar as falhas ocultas, bem como a causa de falhas crónicas;
- é possível reduzir o número de peças em stock – e comprá-las apenas quando é detetado um problema numa fase inicial;
- passam a receber-se bónus nos prémios de seguro;
- a segurança da fábrica é melhorada
Neste sentido, ao avaliar este investimento neste tipo de manutenção, a empresa deve analisar o custo direto das avarias, bem como o custo indireto associado às mesmas, que pode ser ainda mais elevado.
Conclusões finais
Em traços gerais, cada empresa implementará os tipos de manutenção que melhor se adaptem às suas necessidades – com os recursos de que dispõe a cada momento.
Para esse efeito, é essencial desenvolver uma análise prévia e avaliar como será possível melhorar a atual manutenção da empresa.
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